sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Mancha Humana

Fala-me dessa tua fome insaciável de sucesso. Pergunta porquê, com grande preocupação, que a raça humana apenas mancha o planeta. Mas dói estar vivo meu amigo, porque neste silêncio, és e sou apenas madeira a flutuar numa maré desequilibrada. Não desejas ser criança novamente, nem que fosse por um minuto? Ouve o batimento dos segundos do relógio, existirá algum som que caracterize melhor a vida? Não irás conseguir parar esse teu relógio. Ninguém quer morrer para salvar o mundo, logo, vivem. Diz-me que te esqueceste de como se levanta quando se erra. Fazemos parte de uma mancha humana vasta. Irás ver a Terra a cair sobre ti, e irás perguntar onde está toda a raiva que outrora sentiste! Custa estar vivo, sim, pagamos desde o dia em que nascemos até o dia em que morremos. Não desejas ser não-nascido, novamente, nem que fosse por um minuto? O batimento da memória morta, o batimento do coração de pedra e o luxo da tua exploração divina. Mas esta foi a vida que te foi dada, de graça, mas que pagas por ela na mesma, e pedes sempre um minuto mais, por muito vazia que seja a vida...

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